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Roda de conversa com egresso — Amanda Pereira Ribeiro

  • Foto do escritor: Amanda Ribeiro
    Amanda Ribeiro
  • 2 de abr.
  • 4 min de leitura

O meu nome é Amanda Pereira Ribeiro, tenho 25 anos, sou natural de Ponta Porã, mas morei em Dourados-MS durante todo o período de graduação. Iniciei minha trajetória como petiana em outubro de 2020 e permaneci até o final de 2022.

Adentrei o curso de Letras na UFGD em 2018 e, posteriormente, optei por ser licenciada em Literatura. Sou técnica em informática pelo IFMS, um campo que pouco tem a ver comigo, mas um período essencial para descobrir minha atração pela pesquisa, fomentada por uma educação pública e de qualidade. Foi assim que escolhi as letras, pois no Ensino Médio tive um professor, aquele constantemente culpado pelo pontapé inicial para a concretização dos nossos sonhos, que acreditou em mim e me estimulou a pensar com carinho na área. Minha primeira opção foi a Filosofia (área que pretendo me dedicar futuramente), mas depois de aprovada nos dois cursos, arrisquei as fichas do futuro na Literatura. 

Durante a graduação, ouvi falar muito do PET Letras, não compreendia o que Educação Tutorial significava, entretanto, idealizava que era algo importante, porque os alunos que faziam parte do grupo sempre estavam envolvidos em diferentes eventos, pesquisas e com boas notas. Assim, acreditava que o PET Letras era um grupo seleto, composto pela elite intelectual do curso. Depois que tive a oportunidade de fazer parte do programa, desmistifiquei essa visão, até porque eu não era das alunas mais excepcionais, como também compreendi que é próprio do programa incentivar que os petianos   envolvam em diversas atividades, desenvolvam pesquisas, organizem eventos e cursos. 

Eu entrei no PET- Letras durante a pandemia, minha motivação inicial foi a bolsa, pois precisava auxiliar meus pais com as despesas econômicas. Em 2021 perdi meu pai para o COVID – 19 e o PET foi uma âncora que me fez permanecer no curso, eu precisava da bolsa e precisava ir bem nas matérias para mantê-la, isso me fez perseverar e não abandonar o meu sonho. O meu caminho no grupo foi marcado por altos e baixos, pensei em desistir muitas vezes no início, tinha dificuldades em me conectar ao grupo, até porque todas as reuniões eram online, por conta da pandemia. Contudo, quando compreendi a importância do processo e larguei a ideia de nascer pronta para tudo, me abri para as novas situações que o programa apresentava e fui me envolvendo cada vez mais, hoje enxergo que foi um marco de alavancamento constante para minha trajetória profissional.

Costumo dividir minha vida acadêmica em: antes do PET e depois do PET. Anteriormente, participei do PIBID por quase dois anos, um grupo maravilhoso que agregou muitas experiencias a minha bagagem e, por isso, no PET, eu me encontrava em uma fase acadêmica mais madura. Foi a partir do programa que embrenhei no universo da Iniciação Cientifica, participei de oficinas, ministrei junto com os colegas minicursos, construí autonomia e segurança para embarcar no novo, aprendi os desafios de trabalhar em grupo e desenvolvi habilidades fundamentais, que me tornaram uma professora melhor.

Inicialmente, tive muita dificuldade em me sentir capaz no grupo e encontrar a minha própria identidade como petiana, a tutora Célia Delacio Fernandes foi essencial nesse período, pois viu em mim o potencial de trabalhar com a criação de artes e, a partir daí, comecei a me considerar uma peça significativa no PET Letras. Ademais, trabalhamos juntas no processo seletivo do grupo em 2022, por sermos principiantes, ficamos emboladas em editais (publicações/resultados), contas de médias e prazos irreais, uma verdadeira loucura, um período desafiador e até um tanto traumático, mas o contornamos e saímos vivas!

Dentre as experiências mais marcantes, estão: participar da oficina de fantoches e, posteriormente, apresentar nas escolas públicas de Dourados. Ministrar, com o grupo, minicursos para a rede municipal de Dourados e para os estudantes da Faculdade Intercultural Indígena – FAIND, aprendi no mesmo passo que ensinei. 

Em 2022, fizemos a Viagem Cultural para Bonito - MS, foi lindo! Inclusive, também foi cheio de perrengues, lembro bem das reuniões e organização para chegarmos até um consenso, era engraçado. Recordo também, do quanto aqueles dias foram importantes, prestigiamos artistas como Vanessa da Mata, Gaby Amarantos, Ira, Majur, sem falar das exposições e peças de teatros que assistimos. Me senti orgulhosa do nosso grupo, a organização e o empenho para a realização fizeram a viagem ser incrível. 

É interessante, hoje olho com carinho para essas vivências, mas na época, em alguns momentos, era bastante exaustivo. Apesar disso, vivi boas experiências e construí boas amizades, brincadeiras e lamentações regadas pelo cafezinho da tarde, na salinha do PET Letras.

Hoje estou cursando mestrado no Programa de Pós-Graduação em Letras da FALE – UFGD, minha linha de pesquisa é Literatura, cultura e fronteiras do saber, sou orientada pela Profª (e eterna tutora) Célia Delacio Fernandes. Exerci minha formação como professora na rede municipal e estadual, atualmente sou bolsista pela CAPES.


Figura 1 - Última foto no grupo
Figura 1 - Última foto no grupo

Figura 2 - Volta pós pandemia, todo mundo mascarado.
Figura 2 - Volta pós pandemia, todo mundo mascarado.

Figura 3 - Nas andanças durante a Viagem Cultural para Bonito-MS
Figura 3 - Nas andanças durante a Viagem Cultural para Bonito-MS




 
 
 

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