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PET-CINE A Mulher Rei.

  • Foto do escritor: Letícia Macário de Lima
    Letícia Macário de Lima
  • 17 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

No dia 16 de março, nos reunimos no anfiteatro da FALE, sala 7, e o filme escolhido pelos grupos para a sessão foi A Mulher Rei, dirigido por Gina Prince-Bythewood. Uma obra que mistura drama, questões de gênero, raça, cor e classe, com uma boa medida de ação que tira o fôlego. A tutora deu as boas-vindas ao PET de Agronomia, agradeceu a presença de todas(os) e a parceria do tutor Paulo, destacando que o filme foi escolhido para ser exibido no mês de março em função das atividades celebradas sobre as muitas lutas das mulheres. 

Os tutores Célia e Paulo iniciaram os comentários, citando a construção e os papéis que as pessoas pretas têm no filme, papéis de poder, liderança e protagonismo. A petiana de Letras, Márcia, fez colocações muito pertinentes sobre o ponto de vista dela, como mulher preta, sobre o filme, a forma como ele reúne pessoas de vários tons de pele e características faciais que para um branco passariam despercebidas. 

Paulo, um homem negro, também contou sobre experiências próprias de racismo velado, em que confundiram ele com o trabalhador de um estabelecimento em que ele estava fazendo compras. Márcia pontuou uma vivência similar: quando estava comprando pneus para seu carro e o funcionário da borracharia só se dirigia à amiga branca que estava com ela.

Os Petianos de Agronomia comentaram sobre a forma como a religiosidade é retratada, o personagem com um crucifixo no pescoço e uma das protagonistas curiosa sobre o que era. Paulo elencou os aspectos de religiões de matriz africana que aparecem no filme, as estátuas, rituais, oferendas e os nomes dos orixás, e como essas ocorrências poderiam ser menos sutis. Isso o lembrou que havíamos falado sobre isso na discussão sobre o filme Medida Provisória, e ele questionou se estaríamos comentando que faltava mais exposição da religiosidade se fosse um filme branco.

Myrella comentou sobre o papel desempenhado pelo personagem brasileiro no filme, que a incomodou pelo fato de que as motivações dele não ficaram claras para quem assistiu, como se não houvesse motivos para ele estar lá. Paulo emendou o diálogo do brasileiro com uma das protagonistas, em que ela diz que ele, por ser filho de um homem europeu e uma mulher africana, não é nem branco nem preto; e como essa cena representa a imagem que as pessoas no Brasil têm de si, de não saberem as próprias raízes e origens. 

Emanuel citou que ao assistirmos ao filme podemos pensar que a estrutura hierárquica social do reino africano é muito parecida com as europeias (o rei na posição central, a rainha, os guardas reais, o palácio, etc.), mas na verdade foram os brancos que se inspiraram na sociedade africana, nos impérios egípcios, não o contrário.

Rayane elogiou bastante a obra, bem como a atuação de Viola Davis; exaltou ainda os cenários, o figurino e o roteiro, foi um filme muito bonito de se assistir. 

A tutora pontuou a abordagem das temáticas feministas, mesmo que ocorra certa competição entre algumas personagens, ela sublinhou a forma como as guerreiras eram unidas, como elas estavam dispostas a fazer qualquer coisa para ajudarem umas às outras, o apoio mútuo que elas tinham mesmo em momentos de disputa.

A conversa durou quase uma hora e foi riquíssima para todos os presentes, além de proporcionar ainda mais interação entre os grupos. 

Revisado por: Tiago Rodolfo Rocha.



 
 
 

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