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Para refletir

  • Foto do escritor: PET Letras UFGD
    PET Letras UFGD
  • 13 de jun. de 2017
  • 1 min de leitura

Para refletir nesta terça-feira chuvosa, um poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, retirado da obra “O guardador de rebanhos”.

XXIX – Nem sempre sou igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo. Mudo, mas não mudo muito. A cor das flores não é a mesma ao sol De que quando uma nuvem passa Ou quando entra a noite E as flores são cor da sombra. Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores. Por isso quando pareço não concordar comigo, Reparem bem para mim: Se estava virado para a direita, Voltei-me agora para a esquerda, Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés — O mesmo sempre, graças ao céu e à terra E aos meus olhos e ouvidos atentos E à minha clara simplicidade de alma…

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