Tarde literária com M.S. Pedroso: de petiana à escritora
- Luiz Fernando Roecker
- 9 de dez. de 2021
- 3 min de leitura
Luiz Fernando Roecker
Bruno Mota da Silva
Leitora, escritora, petiana e graduanda do curso de Letras da UFGD. São vários os títulos que tentam defini-la e caracterizá-la. M. S. Pedroso foi a convidada para a Tarde Literária realizada no dia 18 de novembro de 2021 pelo PET Letras. O evento ocorreu de forma remota, sincronicamente, em um espaço virtual e aberto ao público. O encontro foi mediado pela petiana Rayane Paula Martins Coinca. A oportunidade trouxe a possibilidade de conhecer uma das facetas de Margarida, a de escritora, mas que não se dissocia das demais.
Quando resgata sua história como leitora e escritora, Margarida (como é reconhecida publicamente) revisita o livro de contos “Histórias para aprender a sonhar” Oscar Wilde, e ainda mais especificamente o conto de que mais gostou - “O aniversário da infanta”, pois foi o que a despertou para o mundo literário. Adquiriu o gosto pela leitura desde muito nova, a partir do hábito de sua mãe, de ler livros para ela.

Quando adolescente, sempre tinha um livro à mão. Seu amor pela leitura e constante presença na biblioteca da escola encenam e dão cor aos quadros de suas memórias, que se somam e se misturam às histórias que leu e viveu naquele espaço.
A escritora M.S Pedroso participou de diversos projetos e ações enquanto acadêmica, contribuindo com o PIBID (2019-2019) e agora atuando no grupo PET Letras desde 2020. Como pesquisadora de iniciação científica, adentrou os estudos da linguística e posteriormente passou a se dedicar mais à área de literatura, pois considera esta a sua grande paixão.
A novidade é seu livro recém-lançado Meu coração nas folhas que traz e materializa uma sensibilidade incrível, mesclando contos reais e imaginados que Margarida os define como “fragmentos de si e de sua trajetória”.
Questionada sobre sua maior dificuldade nos processos de produção literária, a autora considera que o momento de finalizar um texto e dar o encaminhamento final, é, para ela, um dos momentos mais difíceis e complicados de se fazer, e questiona: como dar um ponto final? Além disso, considera que o processo criativo passa por constantes escritas e reescritas.
Afirma que às vezes surgem alguns insights a partir de frases de efeito, como a que inicia o seu texto “Post Mortem” – “Dizem que mortos não podem contar histórias”, que a auxiliam a dar início aos seus textos e também nas ideias para o seu desenvolvimento. Seu gosto literário possui amplo repertório, leu e lê desde Mia Couto aos escritos de Agatha Christie. Ah! A autora adora romances policiais.

Ela reitera que a escrita e o processo criativo se inicia desde o momento de tirar as ideias da cabeça e as colocar no papel às inspirações em escrever de forma estrutural, com vistas a produzir textos coerentes e coesos, passando também pela produção mais poética e metafórica, recurso, que segunda a autora, é uma das formas de expressão. A partir dos textos, cria diversas possibilidades de interpretações que o leitor pode identificar-se de acordo com suas vivências.
A tarde quente e ensolarada foi doce e calorosa, permitindo que adentrássemos na intimidade literária de nossa colega, percorrendo junto a ela os caminhos que a trouxeram até aqui. Entre pensamentos, análises e autoanálises a autora expressa que todos os seus textos representam, em maior ou menor grau, suas vivências e experiências; medos e anseios; amores e dores... A autora avisa na introdução de seu livro recém-publicado:

“Vale ainda ressaltar que os olhos e ouvidos de um escritor podem distorcer a realidade a seu bel prazer. Uma conversa num ônibus pode se tornar um conto, miniconto, poema, e toda uma infinidade de possibilidades. O universo é a matéria prima do autor.” (PEDROSO, 2021, p. 05)
O imenso prazer de poder prestigiar a fala de M.S Pedroso se alia a às possibilidades de acompanhar sua trajetória pessoal, profissional e acadêmica. O PET Letras gostaria de agradecer por essa tarde literária e dizer que estamos completamente orgulhosos da petiana Margarida, que com seu talento e dedicação toca almas e corações.
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