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A autoria praticada em conjunto

  • Foto do escritor: PET Letras UFGD
    PET Letras UFGD
  • 19 de dez. de 2017
  • 2 min de leitura

Ueslei A. de Oliveira

  Precisamos voltar o nosso olhar toda vez que pretendemos analisar a nossa construção ao longo de um recorte temporal. Hoje, o meu se direciona para a análise de como teria sido a minha formação acadêmica sem eu ter tido acesso às maneiras e práticas que formam um profissional, de uma forma que as teorias, por si só, não são capazes de sustentar.

  Um professor precisa ter consciência de que seu trabalho não pode se basear na crença de que esta função irá fornecer uma estabilidade comum e necessária como em outras carreiras. Estar em sala de aula é pensar em conjunto, pois dentro daqueles metros quadrados, existem indivíduos, e como tais, proprietários de vivências, desejos e comportamentos distintos e claro que isso reflete na maneira em como o docente irá trabalhar para cada uma daquelas individualidades na esperança de que o conjunto, ou a maioria dele, aprenda com o conteúdo proposto.

  Ensinar é uma Ciência e como tal, a prática docente na escola da autoria me impulsiona a pensar na educação para além dos livros, cultivando uma sensibilidade difícil de perceber fora do ambiente escolar. Este contato de médio prazo é um laboratório de percepções sensoriais, de tato para sentir as diferenças e, principalmente, para o zelo em como percebo cada dia ali empreendido. Isto ganhou vida ao longo deste processo de inserção e adaptação. Desde a primeira aula, pude perceber o quão os alunos daquela escola carregavam em si algo especial. Ao iniciarmos o processo de oralidade, era visível que muitos já traziam em si a prática da leitura e da pesquisa, pois seus olhares críticos possuíam um diálogo distante do senso-comum. Aqueles jovens instigaram em mim, enquanto professor em formação, uma vontade de apresentar materiais, explorar temas que os fizessem pensar sobre as próprias atitudes, articulando, a isso, uma necessidade de pesquisa fundamentada em estudos e dados comprobatórios já que eles fundamentam e comprovam um estudo feito a partir de um locus de enunciação.

  Um dos encontros mais marcantes, justamente por eles praticarem e debaterem tanto e de forma tão política, aconteceu após a sugestão de nossa tutora para que fosse feita uma dinâmica em que eles pudessem se expressar sem que, com isso, eles perdessem a sua criticidade, e os argumentos propostos fossem feitos a partir das suas pesquisas e levantamento de dados. Ali, naquele momento, percebi o quanto um encaminhamento é frutífero e determinante para a construção social de um aluno, um cidadão. Logo, ser professor não é pensar sozinho, muito menos ser onisciente, o conhecimento é adquirido ao longo da vida e a Ciência não para, pois quando um questionamento recebe a sua resposta outro surge mostrando que a vida é movimento, que as pessoas fazem a vida, justamente pelos seus próprios caminhos, caminhos estes que refletem no outro. Sem distinguir hierarquia, idade ou gênero.

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